09/06/2011

Falando sério

Pessoal, geralmente o que eu posto é de cunho cômico (eu acho pelo menos), mas hoje eu vou postar um texto bem interessante, do querido brother Miguel Júnior, 33, que é jornalista diplomado(jornalista? Nossa..), licenciado em Língua Portuguesa e Mestre em Linguística Aplicada.Ele é professor das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, Escola Superior de Cruzeiro e Redes Salesiana (oba, ele me dá aula *-*) e Objetivo.
Sente o drama:




O papel dos pais na educação

            Dia desses, li um artigo publicado pela Revista Veja, intitulado “O Sputnik Chinês e a educação”, de Cláudio de Moura Castro. Identifiquei-me muito com as palavras do autor, já que o tema envolve a educação, tão famigerada no Brasil. Comentou-se a queda dos índices qualitativos da educação dos Estados Unidos e a ascensão chinesa.
            Os EUA nem ligaram quando a Finlândia alcançou o topo, porque este país não teria condições de ameaçá-los economicamente. Agora, outra rodada de cartas foi jogada. Não se trata mais de um país gelado, fabricante de celulares, limitado pela própria natureza, mas sim da maior ameaça que os EUA já enfrentaram até hoje: a China. Nem a Rússia causou tanto medo no período da Guerra Fria.
            Enquanto a economia norte-americana está praticamente estagnada, a chinesa cresce 9% ao ano. Um estrondo no panorama mundial. “The american way of life” foi abalado com a notícia. Estima-se que a China se torne a maior potência mundial em até uma década, desbancando os norte-americanos. Quem contribuiu com isso foi a educação.
            As diferenças entre os sistemas educacionais americano e chinês são gritantes, porém o que mais me chamou a atenção foi o modo com que os chineses educam seus filhos. Para eles, não importa o emocional, aliás, esse quesito não existe a não ser pela pressão que os pais exercem.
            Além de os filhos chineses permanecerem aproximadamente 11 horas na escola, aprendendo, além das disciplinas básicas, música, cidadania, esportes... é obrigação dos pais checarem o trabalho dos filhos. A casa é um prolongamento da escola. Não importa o que o filho sinta ou reclame de cansaço. Desde o início, as crianças são acostumadas a tirar A, a serem as primeiras colocadas, a se comportarem como vencedoras. É melhor estudar e conseguir um futuro promissor a ser assalariado no futuro. E a pesquisa indicou que 0% das mães chinesas se preocupa com o emocional de seus filhos quando se trata da educação dos mesmos.
Já nos EUA, a criança até é exigida, porém há falhas no papel dos pais, por exemplo. No Brasil, nem se fala. Talvez até mesmos os pais não consigam ler um texto da forma correta. O próprio ex-presidente não sabia.
Pode ser que os chineses sejam muito radicais, mas o resultado é uma potência econômica que alcançou o primeiro lugar na avaliação do PISA, instituição séria que avalia a educação dos países filiados à Organização das Nações Unidas. Os EUA estão em 15º e o Brasil ocupa a 53ª posição.
Agora, os EUA começaram a se preocupar, já que não são mais a principal potência nos esportes, na educação, e estão prestes a deixar o cargo de maior potência econômica mundial. Fato relacionado à boa educação dos chineses.
Nosso sistema é muito falho; promove analfabetos funcionais e cidadãos que sequer conhecem seus direitos e deveres. Se os EUA estão muito atrasados em relação aos chineses, o que será de nós? Para parte dos pais, é mais prático entrar com recurso no final do ano, ao saber que o filho foi reprovado, e, assim, desconfiar do trabalho de dezenas de profissionais sérios, a acompanhar o resultado diário do esforço dos filhos e cobrá-los quando necessário. Lamentável, também, que o sistema permita isso.
Mas para que isso mude, é necessário que o sistema cobre dos pais o apoio tão necessário à educação. A escola por si só não é eficiente. Precisamos do apoio da família para alcançar a educação ideal e buscar, assim, uma sociedade que saiba pensar, interpretar e votar. O futuro de nossos filhos deveria ser mais importante do que torcer pela seleção na Copa do Mundo. Vale refletir. 



Se eu não falar sério alguma vez, quem vai?

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